Sonámbulo
despertar de madugada
y leer poemas
es uno de los dulces delitos
de los cuales disfruto
pues en ellos mi ser navego
impoluto
en la más absoluta
anti escena.
el plano de cine
donde me encuadro
es pobre pero posee
un cierto refinamiento
entre serpentinas
camareras y guríes
un leopardo chiflado
iluminado
desfila brioso
sin cobrar flete.
todo en esa película
es un poco esdrújulo
& y el poeta sonámbulo
un sin escrúpulo.
Sonâmbulo
acordar de madrugada
e ler poemas
é um dos doces delitos
do qual desfruto
pois neles me navego
impoluto
nesta mais absoluta
contracena
o plano do cinema
onde me enquadro
é pobre mas possui
certo requinte
entre serpentinas
garçonetes e pivetes
um aloprado leopardo
em candelabro
desfila sua verve
sem cobrar frete
tudo nesse filme é
meio esdrúxulo
& o sonâmbulo poeta
é um sem-escrúpulo
Livro Se Virem Terráqueos
Hablando claro
armarse
no es
amarse
es matarse
a pesar
que de amor
también
se muera
también
se mate
pues el amor
es arma secreta
del vivir
sin
dividir
del donar
sin dolor
al ofrendar
la otra
cara
la que da
margen
a quien
quiera
armarse
con la más
letal
de las armas :
el desamor.
Papo reto
armar-se
não é
amar-se
é matar-se
embora
de amor
também
se morra
também
se mate
pois o amor
é arma
secreta
do viver-se
sem
dividir-se
do doar-se
sem dor
ao ofertar
a outra
face
o que dá
margem
a quem
deseja
armar-se
com a mais
mortal
das armas:
o desamor
Despertarse otro
demoras en abrir los ojos
cada nueva mañana
por desconocimiento
miedo o paranoia.
sondeas al talismán:
para qué días lúcidos
otoños luminosos y bellos
con esa tenebrosa luz solar
cegando nuestro despertar?
miras al universo ,
le susurras a nadie :sobreviví !
a más una oscuridad desesperada
a más un día oliendo cadáveres en la tele
a más , a más - a menos
quién dió el primer tiro en esa guerra sin armas
la invasión es invisible
golpea en el pulso
la mecha arde a fuego lento
acelerar es suicidio
la tierra continúa anestesiada
las luces verdes se apagan
dosis homeopáticas , morfina en las venas
la Gira de la ciencia pide permiso
el virus , la ira , la bacteria
todos atrás de su vacuna
ya nadie más titubea
Dios está de vacaciones
- ingéniense ...terrícolas !
Um acordar outro
demoras a abrir os olhos
a cada nova manhã
por desconhecimento
medo ou paranoia
indagas ao talismã:
pra que tão lúcidos dias,
lindos luminosos outonais
com esse tenebroso farol solar
a cegar nosso acordar?
miras o universo,
sussurras para ninguém: sobrevivi!
a mais uma desesperada escuridão
a mais um dia cheirando a cadáveres na TV
a mais, a mais – a menos
quem deu o primeiro tiro nessa batalha desarmada
a invasão é invisível
mexe na pulsação
a queima lenta do pavio
acelerar é suicídio
a terra segue anestesiada
sinais verdes se apagam
doses homeopáticas, morfina na veia
a gira da ciência pede passagem
o vírus, a ira, a bactéria
tudo atrás da sua vacina
ninguém mais vacila
Deus está de férias
- se virem... terráqueos!
Arquivo da Funai
Mirar Ianomâmi
El Ianomâmi trae consigo
en su mirada de ser digno
el misterio de la verde hierba
viento que viene de la selva.
un Ianomâmi tiene el foco
fijo no extraviado, una luz
travestida de fluido y paz
te mira sonriendo: sabe lo que hace.
el Ianomâmi es un ser divino
humano de dibujos gráficos
en cuerpo alma ríos bosques
caminante de pies descalzos .
lo que ofende en el Ianomâmi
es su mirar dulce y frío
nada para dar, todo a imaginar
ni muy feliz ni vana tristeza.
faroles de una floresta densa
brillan como luminarias sus ojos
los Ianomâmis no son leyendas
son hermanos...familiares.
hay algo muy turbio
en la invasión exploradora
contaminación de mercurio
contrabando de madera.
cómo es posible que un pueblo
tan bello e integrado a la selva
viva en la desazón de
muertes irrupciones flagelos.
los defiendo con mi flecha
la fuerza del puño en mi tinta
en las notas de mi instrumento
canto y grito:Ianomâmi es vida.
Olhar Ianomâmi
o ianomâmi trás consigo
em seu olhar de ser digno
o mistério da verde relva
do vento que vem da selva
um ianomâmi tem o foco
fixo não perdido, uma luz
travestida de fluxo e paz
te olha rindo: sabe o que faz
o ianomâmi é um ser divino
humano de desenhos gráficos
de corpo alma rios matas
andarilho de pés descalços
o que ofende no ianomâmi
é seu olhar doce em frieza
nada a dar, tudo a imaginar
nem tão feliz nem vã tristeza
faróis de uma floresta densa
brilham olhos luminares
ianomâmis não são lendas
são irmãos..., familiares
há algo de muito espúrio
na invasão garimpeira
contaminação de mercúrio
contrabando de madeira
como é possível um povo
tão integrado à selva e belo
viver no desassossego de
mortes invasões flagelos
defendo-os com minha flecha
força do punho em minha tinta
nos acordes do meu instrumento
canto e grito: ianomâmi é vida
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