por Ana Cláudia Rôla Santos
O Museu Casa Alphonsus de Guimaraens surgiu como proposta do então acadêmico Gui Alphonsus de Guimaraens, em sessão solene da Academia Marianense de Letras, em 15 de julho de 1971. Em 26 de fevereiro de 1975, o governo de Minas adquiriu o sobrado de números 35 e 37 da Rua Direita em Mariana, local onde viveu e faleceu o poeta. A casa passou por um processo de restauração entre 1976 e 1979. Em 1984, com a criação da Superintendência de Museus do Estado de Minas Gerais, foram feitos os estudos preliminares para que em 7 de março de 1987, o Museu Casa Alphonsus de Guimaraens fosse inaugurado com acervo, doado pela família do poeta, composto de objetos de uso pessoal, mobiliário, utensílios domésticos, documentos, livros, originais de poemas, correspondências, fotografias e jornais que revelam e evidenciam o universo literário e cotidiano de Alphonsus. Em julho de 2009, o Museu foi fechado aos visitantes devido às más condições em que se encontrava o prédio, passando, mais uma vez, por uma grande reforma, finalizada em meados de 2016. Em janeiro de 2018, através de um projeto submetido à Lei Estadual de Incentivo à Cultura, com patrocínio da CEMIG, a equipe da Superintendência de Museus e Artes Visuais da Secretaria de Estado de Cultura, atualmente Diretoria de Museus – DIMUS, acrescida de outros profissionais contratados e com a consultoria do casal Afonso Henriques de Guimaraens Neto e Ceça Guimaraens, do bisneto do poeta, Lucas Guimaraens deu-se início à execução de um novo projeto expositivo que foi concluído em 9 de junho do mesmo ano com a abertura da exposição de longa duração, Alphonsus de Guimaraens: Poeta do Luar, composta por seis salas que mantêm as seguintes denominações: A Visita, A Poesia, Biblioteca, Ismália, A Escrita, A Família e ainda, uma sala destinada às exposições temporárias e um setor educativo. Logo na primeira sala, A Visita, fotografias cobrem as paredes, acompanhadas de impressões sobre Alphonsus e sua produção literária; a sala seguinte, A Poesia, apresenta a temática amor e morte sob a perspectiva biográfica, que até pouco tempo era unanimidade na crítica alphonsina, personificada na fotografia da noiva Constança; a sala A Biblioteca vem na sequência com livro dos grandes nomes da literatura universal e brasileira, destacando-se os franceses precursores do movimento simbolista, a obra de Alphonsus e sua fortuna crítica, todos ocupando o mesmo espaço; na próxima sala, cenas do poema narrativo Ismália, colagens do artista plástico Roberto Marques, povoam um céu azul, inundado pela música de Milton Nascimento; na penúltima sala, A Escrita, o Solitário de Mariana já não se apresenta tão solitário assim. Na sua correspondência ativa e passiva, aparecem os bastidores da produção literária brasileira do final do século XIX e início do XX; na última sala, A Família, fechando e/ou recomeçando um ciclo, surge o ambiente familiar dos Guimaraens assemelhando-se ao de inúmeras outras famílias, mas distinguindo-se pela hereditariedade da veia literária.
Ana Cláudia Rôla Santos
Coordenadora do Museu Casa Alphonsus de Guimaraens
Diretoria de Museus – SBMAE – SECULT - MG
Museu Casa Alphonsus de Guimaraens | Rua Direita, 35 – Centro – Mariana – MG | Telefone: (31) 3058 – 1557 | E.mail: museualphonsus@secult.mg.gov.br | Instagram: @museualphonsus | Facebook: Museu Casa Alphonsus de Guimaraens
Comments