O véu da manhã
Talvez seja o Simbolismo o movimento literário que conseguiu esboçar com maior rigor, ainda que suas formas desdenhem as expressões objetivas, precisas, o seu formulário estético. Ao se referir o termo Simbolismo, entra em cena o modo poético que, com maior veemência, promulgou a identidade entre o sujeito e as formas vagas, imprecisas, etéreas e voláteis. Dentre todas, a mais elaborada, sem dúvida, terá sido a identidade entre a alma e a folha frágil levada pelo vento. Esta convenção tácita atravessa a poesia de seus maiores poetas, Baudelaire, Verlaine, Rimbaud, Mallarmé, Camilo Pessanha, Cruz e Souza, em todos os quadrantes do mundo ocidental. A derrocada da via racional, elevada à categoria máxima de conhecimento na segunda metade do século dezenove, como forma de explicar os fenômenos, em decorrência das novas concepções filosóficas, deslocam o eixo do objeto para o sujeito, pulverizando os métodos positivistas, calcados em pressupostos de certeza e de crença na Razão triunfante. Para Schopenhauer, em O Mundo como vontade e Representação, o conhecimento científico mostra-se insuficiente para dar conta da explicação dos fenômenos, uma vez que “a vontade é força irrefletida e cega que impete o homem para diante. O malogro do homem, portanto, se verifica quando, impulsionado pela vontade, parte para a conquista do mundo, que se lhe revela como mera ilusão – o véu de Maia” (GOMES, 1985, 10). Postula a inutilidade do conhecimento científico, postado sempre no limite de seu objetivo:
Todo querer se origina da necessidade, portanto da carência, do sofrimento. A satisfação lhe põe um termo; mas para cada desejo satisfeito, dez permanecem irrealizados. Além disso, o desejo é duradouro, as exigências se prolongam ao infinito. A satisfação é curta e de medida escassa. O contentamento finito, inclusive, é somente aparente: o desejo, satisfeito, imediatamente dá lugar a um outro; aquele já é uma ilusão conhecida, este ainda não. Satisfação duradoura e permanente objeto algum do desejo pode fornecer; é como uma caridade oferecida a um mendigo, a lhe garantir a vida hoje e prolongar as misérias ao amanhã. Por isto, enquanto nossa consciência é preenchida pela nossa vontade, enquanto submetidos à pressão dos desejos, com sua esperança e temores, enquanto somos sujeitos do querer, não possuiremos bem-estar nem repouso permanente [1].
Como estilo de época, consolidado por inúmeros eventos e produções, o Simbolismo carreia, dentre seus protocolos, um substrato de dor e pessimismo, diante da realidade, dada a incapacidade de alcançar, através do conhecimento, as razões maiores do Universo. A falácia do processo cognitivo prepara um terreno apropriado ao surgimento de outras formas de inserção na busca do desvendamento das coisas. Henri Bergson propõe a via intuitiva como roteiro de apreensão da realidade: enquanto a inteligência cava um fosso entre o sujeito e a realidade, separa o homem da realidade, extirpando desta a espessura de vitalidade, a intuição apreende o objeto como um todo, por se instalar na historicidade dinâmica da existência. Desta forma, enquanto a inteligência timbra em analisar o ser e as coisas através de convenções exteriores e arbitrárias, enquadrados dentro de nexos já existentes, a intuição “pela comunicação que ela estabelecerá entre nós e o restante dos seres vivos, pela dilatação que obterá de nossa consciência, ela nos introduzirá no domínio próprio da vida, que é interpenetração recíproca, criação infinitamente continuada” [2].
Desalentado, descrente dos processos racionalistas, o artista elege a indiferença e a passividade diante da vida, a postura decadente, como forma de reagir à azáfama da sociedade e ao espírito conquistador, patentes como resultado da euforia cientificista do final do século XIX. A opção pela torre de marfim, o traço hermético, o gosto extravagante, o fascínio pelas formas orientais, arcaicas ou míticas instauram-se como etapas da fuga do real, moldando o perfil de um sujeito refinado.
Se o Decadentismo não teve a ‘sombra de uma doutrina’, notabilizando-se mais por constituir um estado de espírito frente ao mundo, o Simbolismo, pelo contrário, configura-se como um movimento em que não faltam teóricos e em que os difusos princípios do Decadentismo tomam corpo, sob a forma, entre outras coisas, de atitude passiva frente à vida e da entrega do poeta ao culto do exótico, da linguagem pura, como fuga do mundo destituído de sentido [3].
A postura neossimbolista retorna de forma veemente por volta dos anos 1940 no âmbito da literatura brasileira, após o auge da renovação modernista, delimitada entre os anos de 1920 a 1940. Entre os anos 1940 a 1960, vigora, dentre outras tendências poéticas, uma corrente fortemente irisada de marcas e tonalidades simbolistas.
Muitos autores de manuais, pesquisadores e historiadores, têm-se mostrado indiferentes, desdenhosos em relação a este contexto. Nas décadas de 40 e 50, surgiram no país dezenas de poetas, muitos dos quais nem sequer foram ainda catalogados nas histórias literárias aparecidas desde então. Talvez tenha sido a época mais produtiva em produção poética no país. O cânone limita-se a registar uma dezena de nomes, entre consagrados e merecedores de atenção, ainda que de circulação mais restrita. Dentre os poetas modernos, talvez pudéssemos, para efeito ordenador, considerar três grandes grupos, entre os anos 1920 e 1955, seguindo tendência da historiografia literária. No primeiro são geralmente reconhecidos os nomes históricos de 22: Cassiano Ricardo, Guilherme de Almeida, Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Mário de Andrade, Menotti del Pichia, Raul Bopp, Ribeiro Couto, Ronald de Carvalho, Oswald de Andrade, Sérgio Milliet. Tais autores granjearam, em parte por conta da relevância do evento de que participaram, sem ignorar a importância da obra produzida, notável e extensa fortuna crítica.
No segundo conjunto, comparecem os nomes consensuais, notadamente os autores de proa surgidos entre 1930 a 1945, como Adalgisa Nery, Augusto Frederico Schmidt, Augusto Meyer, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Emílio Moura, Henriqueta Lisboa, Lúcio Cardoso, Mário Quintana, Murilo Mendes, Vinícius de Morais e Tasso da Silveira. Com raras exceções, quase todos têm recebido o merecido interesse de pesquisadores.
O terceiro grupo, bastante numeroso, recolhe a chamada geração de 45, verdadeiro balaio contendo nomes variados, acima de sessenta (cf. A Literatura no Brasil), dentre os quais merecem destaque – Afonso Félix de Sousa, Afonso Ávila, Alberto da Costa e Silva, Alphonsus de Guimarães Filho, Antônio Rangel Bandeira, Augusto de Campos, Bandeira Tribuzi, Bueno de Rivera, Dantas Mota, Darcy Damasceno, Domingos Carvalho da Silva, Élcio Xavier, Fernando Ferreira de Loanda, Fernando Mendes Vianna, Ferreira Gular, Geir Campos, Hilda Hilst, Jamil Almansur Haddad, João Cabral de Melo Neto, Joaquim Cardozo, José Paulo Moreira da Fonseca, José Paulo Paes, José Santiago Naud, Ledo Ivo, Laís Correa de Araújo, Mauro Mota, Milton Lima Sousa, Paulo Mendes Campos, Péricles Eugênio da Silva Ramos, Renata Palotini, Stela Leonardo, Tiago de Melo. Em 1947, começam a circular duas revistas de poesia, no país: em São Paulo, a Revista Brasileira de Poesia, editada pelo Clube de Poesia, sob a direção de Domingos Carvalho da Silva e Péricles Eugênio da S. Ramos; no Rio de Janeiro, a Orfeu, sob a supervisão de Ledo Ivo, Darcy Damasceno e outros. Da geração de 1950, sobressaem os nomes de Gilberto Mendonça Teles, Lélia Coelho Frota, Mario Chamie, Mário Faustino, Marly de Oliveira, Walmir Ayala. Dos autores elencados, raros têm merecido a atenção de pesquisadores. Com o surgimento da Poesia Concreta, em 1956, Augusto de Campos, Haroldo de Campos, Edgard Braga, Décio Pignatari, passam a receber o interesse da imprensa e de investigadores.
Folheando exemplares de Letras e Artes, suplemento literário dos anos quarenta do jornal carioca A Manhã, vamos nos deparar com notícias e resenhas de livros de poemas de autores, alguns dos quais nunca ouvimos falar. Alguns títulos geram mais de três resenhas, ao longo de dois anos, motivo razoável para que se considerem relevantes. Compor soneto na época não constitui desdouro, pelo contrário, era considerado um ritual de passagem, uma forma de aprendizagem. Se nos damos ao trabalho de acompanhar esses artigos, percebemos tratar-se de autores com lastro de leitura, dotados de senso crítico e densa originalidade, muitos acima da média do que se considera de bom nível de fatura.
Recorto, um tanto aleatoriamente, dois poetas, Milton Lima Sousa (1925-1999) e Élcio Xavier (1920 - ), arrolados no terceiro momento, sobre os quais os manuais de literatura em geral silenciam. O primeiro, Milton Lima Sousa, publicou quatro livros: Abecedário interior (1947), Caos intacto (1952), Ermo de pupila (1955), Ditado no escuro (1967). Encontrei na internet, em páginas de poesia em espanhol, comentários elogiosos ao “poeta desconocido”. Frisos helênicos, versos largos, ecos narcísicos, incursões errantes na esfera dos mitos, formas escavadas no fosso da memória, metáforas radicadas no código bíblico, expressões magoadas do incontornável cotidiano compõem os traços principais de sua produção. O poeta recolhe e dispersa, no seu terceiro livro, Ermo de pupila, alargado rol de metáforas, símiles e epítetos, vincados pelo selo do Simbolismo. No poema inicial, somos surpreendidos pela atmosfera sombria dos versos:
Como limiar de pudor do sentido calcinado
No cerne inefável da lembrança nasce
O tempo eleito para sussurrar de amor.
Nele verto minha taciturna cicatriz.
Até onde a luz tem seu pátio de invulnerável
Intimidade. Entre raízes meu corpo emparedado ficou
Quando com aleluias trinquei
Meus espelhos bifrontais.
Do requiem do sangue saiu a deusa de borralho
Que me persegue e me percorre,
Enquanto o retorcido beijo é relâmpago
De ardor, fábula interrompida.
O poeta escolhe conviver com sua lúgubre irmandade – recantos de cemitério, corvos, visões noturnas, estrela cadente, mortalhas - sem conseguir livrar-se de fantasmas expectantes, repassando situações inóspitas, através de confidências, em geral de fortes conotações góticas, em que atribui forte primazia ao elemento visual, como no poema expressivamente intitulado “Visão”: “Colado a um céu de prece vinculada/ À dor de pedra tumular, latejando em queixume/ Maior que resíduo de estrela ou nicho de pó,/ Com incisivo amor e orla de escárnio,/ Diante de muros assombrados meu clarão eu conjugava”. (…) O resíduo/ Tangível de luar escrevia amargura em minhas veias,/ Ora transformando-se em retina de indevassável/ Espera, ora em face de cruel lassidão./ Mas caminhar assim era possuir elmo de cristal/ E colete de orlas murmurantes/ Onde cabiam medalhas, palavras e corvos irmãos.” Nomeando-se a si mesmo “errata de sonho”, o poeta transita, inconsolável, num interlúdio de sonhos usurpados, numa cidade inóspita, gerando epítetos que melhor se ajustem à sua figura e ofício:
Olho vulcânico que multiplica
Indícios de soluço e teia;
Chama que alberga a eternidade;
Recanto dócil de memória paralisada
Em berço orvalhado de tensão;
Túmido e desencantado fogo-fátuo
Em que o amor é o único horizonte;
Presença gritada em forma de limbo magnético;
Por vezes fulminante espelho
Segregado do amor, no entanto amando
O que é voz além da sua nave.
(“Poeta: Errata do Sonho”)
A realidade só existe, se vislumbrada sob o viés de um olhar melancólico, simultaneamente intenso e saturado de visões, uma realidade expressa a partir de elementos da fantasia e do sonho, sempre fugidios e provisórios: “Num lasso frescor de pura saudade/ Uma face quase pulverizada cola-se à minha./ Sente-se a presença das pálpebras da visão. / Aproxima-se de mim calidamente/ A mortalha fosforescente do sonho” (“Momento na Rua”).
O convívio com ressaibos de ansiedade e devastação constitui um traço desta poética um tanto hermética: “Tentei armar um arco-íris com o hermético/ Rosto que nos meus ombros veio morrer,/ Mas seu lúgubre perfil fez-se distância/ E sem palavra de consolo longamente caminhou/ Na orla deste meu fruto recomposto/ Com base de sal-gema e alucinação” (“Antemanhã em Orla de Fruto”). Sobre o primeiro livro do autor, Abecedário interior (1947), afirma Sérgio Milliet: “Pequenos poemas que são como simples acordes, dissonantes não raro, sem melodia nem ritmo, mas de uma pesquisa psicológica comovente. O poeta não hesita em descer ao mais profundo de suas emoções para arrancar de lá pequenas joias de expressão, mas joias difíceis, de pouco brilho e cuja riqueza só percebemos quando muito atentos à pesca milagrosa” [4]. Inúmeras tentativas de inserção na realidade esfumam-se, revelando um saldo pouco expressivo de alinhamento com o mundo exterior, como se lê no poema “Formas Suicidas”: “Minhas mãos vazias formavam o desenho/ De uma flor cinérea, comissura de reino// Desprovido de mínimo céu. Com parco ardor/ A eito de solilóquio arrastei quinquilharias/ E lembranças, resíduos e sigilos,/ E meu gesto de chamado finou-se em orvalho/ Irremissível.”
Em discurso de aparente simplicidade estrutural, apesar das inversões e por vezes de uma sintaxe distorcida, revelando pleno domínio das potencialidades do verso, o poema “Insônia Exemplar” constitui uma súmula de temas e modos expressivos. Sequências verbais alinham-se, esboçando aterradoras visões de um sujeito aplicado em compreender o alcance de uma ânsia infinita, “o rito humano e seu disponível/ Sótão de deslumbramento”. Formas alucinadas cobrem de pânico um olhar dilatado, perplexo diante de uma experiência que se assemelha a um rito de passagem, uma travessia por espaços indeléveis e atormentados:
Nisso, do chão redimido de tanto horizonte,
Minha voz, signo florescido no vazio,
Naturalmente se ergueu e perdoou
Todo o negro sal do meu amor.
Meu catre de alucinações e interstícios,
Ex-voto roubado ao sonho, latejava
No lábio fugidio do meu desalento
E numa forma seca de infinito
Onde só a respiração identificava
O rito humano e seu disponível
Sótão de deslumbramento.
Átrio de luzes assustadoramente deflagradas
Da morte, sozinha a casa se opunha
Ao ermo de pupila das visões.
Observam-se no livro alguns temas próprios do Penumbrismo, como o cigarro e a fumaça: “Misturadas às nicotinas/ Amargas da noite as ideias regressavam …”, além de termos extraídos da esfera da tecnologia e da ciência, como em Augusto dos Anjos: “numa vereda de amianto eu palpitava”, “opacos equinócios de sentimento”, “barbitúrico”, “caules fosforescentes”, “corpo mnemônico”.
“A estreia de Élcio Xavier, (O véu da manhã), propicia ao público brasileiro apreciar o lirismo de um forte temperamento poético da nova geração. Livro de sugestiva unidade, retrata em suas páginas uma visão particular da Poesia, realizada por pesquisador discreto e pessoal, e marcado por uma larga inquietação artística e humana.” Desta forma se expressou, em coluna de lançamentos, o suplemento “Letras e Artes”, do jornal carioca A Manhã, em 13/05/1951.
Tenho em mãos um exemplar do livro anunciado de Élcio Xavier, com capa de Santa Rosa, autografado pelo autor, com data de “abril de 1951”, dedicado a Fausto Cunha. O autor revela-se uma voz poética consistente, influenciado pela estética simbolista, com uma inflexão espiritual positiva, de difusa religiosidade. O livro abre com o poema que dá título ao volume, uma exaltação à manhã do mundo, representada pela alegoria do azul, articulada ao destino do poeta:
Penetra, azul, no infinito deste céu macio,
aproxima-te da terra bafejada pelos ventos
ou vela a pedra que o frio embalsamou.
Desce ao abismo alegre das águas
e descansa sobre as transparentes algas da fantasia.
Élcio Xavier pratica uma poética fortemente matizada de tendências oriundas da corrente simbolista, com imagens etéreas, o gosto das associações vagas e dos elementos da natureza tocados por uma aura enigmática. Seus poemas revelam-se repassados por elementos da natureza (água, luz, pedra, vento) que sugerem fluidez, música, passagem do tempo, sensação de frio. Em “Auto-Retrato”, os versos plasmam-se a partir de verbos no infinitivo, fortemente sugestivos de correspondência entre a natureza e seus sortilégios e o sujeito que vai se moldando:
Sentir as águas rolarem no abismo
e olhos púdicos ferirem a vidraça
como o vento antigo aos mastros.
Ter na carne sem aconchego
o áspero e difícil frio,
tal porteiras lunares
perdidas na estrada da infância.
Criar na retina desgastada
a placidez dos lenços moribundos.
E viver, viver como fonte:
o sangue azulando eras,
praias se dissolvendo na noite
e os desenganos recompondo a dor.
O desejo de capturar a imagem de si mesmo ajusta-se a um enunciado de epítetos leves e vagos, que vão num crescendo ratificando a ideia de vazio, perda, desalento e desencanto. O registro foge à imobilidade, num aceno à imersão no fluir dinâmico das horas, movimento constante, simultâneo à gestação da indiferença e à descoberta da face conturbada do sofrimento. Seu estro mostra-se límpido em sua inteireza e musicalidade, envolto por hastes luminosas, erguidas em manancial de fontes e de lume perenes:
O anjo de luz que me guia,
louco senhor das melodias,
quando os pássaros não mais voavam,
deu-me por nome Eternidade.
(“Nasci das sílabas”)
O poeta define-se como um ser marcado pela fatalidade, misto de verbo e destemor, guardião de tesouros indeléveis, um humilde aprendiz de ritos e sortilégios benfazejos, convicto de que se sente guiado por forças altíssimas e luminosas:
Ilumina com círios azulados
a estrada por onde Ele caminhará
e convoca todos os sons doces da vida
para saudá-Lo no dia da luz.
(“Grande Infância”)
Elcio Xavier publicou ainda Rosaquarium (1952), do qual se transcreve o poema “Dualidade”, denso de ressonâncias e sugestões:
Fizeram-me argila e flor
e com perfume alimentei o mar:
vaso puro e rosaquarium
entre licores e a manhã
sou eterna essência e morro,
e realizo tardes sem sofrer.
A argila é fria e sonha. A rosa é alma e vive.
[1]SCHOPENHAUER,1974, 32. [2]BERGSON, 1979, 160. [3]GOMES, 1985, 13. [4]MILLIET, 1981, 125. Bibliografia BERGSON, Henri. A Evolução Criadora. Trad. brasileira. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. COUTINHO, Afrânio. A Literatura no Brasil. São Paulo: Global, 2004. GOMES, Álvaro Cardoso. A Estética Simbolista. São Paulo: Cultrix, 1985. Letras e artes. Acesso em 20 de março de 2021. MILLIET, Sérgio. Diário crítico. São Paulo: Martins Edusps, 1981. Vol. V. SCHOPENHAUER, Arthur. Trad. brasileira. O Mundo Como Vontade e Representação. São Paulo, Abril, 1974. SOUSA, Milton de Lima. Êrmo de pupila. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1955. XAVIER, Élcio. O Véu da Manhã. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1951.
Edgard Pereira
Élcio Xavier
Milton de Lima Sousa