guerra suja
há uma guerra
contra a poesia
o estado detesta
a poesia
os poderosos sonham
em acabar com
a poesia
viva a poesia viva
chapisco
os meninos
deserdados do morro
os meninos sem pedigree
de grão mogol
os meninos negros
de montes claros
os meninos meninas
do brasil
os meninos pobres
do mundo
são expulsos do morar
mataram o chapisco
q. quis me namorar
Matança
01 balanço
01 abraço
01 baque
Aterrador
01 susto
01 surto
uma agressão
a negação do amor
só dor
cinquentenário
vivo comigo
há 50 anos
não me entendo
como não entendo
a minha poesia
talvez viver
seja isso
essa quase urgência
em nunca saber
viver é moderno
envelhecer é eterno
Quase urgência
a novelha vida me desgasta
nesse corpo
me consome nessa estrada
da palavra e da paixão
viver é redemoinho
repleto de vício e tensão
ainda q. eu não saiba
viver na corda bamba
tem sido minha distração
>> Estes poemas fazem parte da coletânea Parangolares, novo trabalho do poeta mineiro Aroldo Pereira em vias de publicação pela Patuá.
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